sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Os riscos das riscas

non straight horizontal lines: muito diferentes das riscas do Risco










terça-feira, 12 de agosto de 2008

obras













O artista

Appleton Square tem o prazer de apresentar «LP», uma exposição de trabalhos inéditos do artista português Rui Valério. A exposição marca também a apresentação da mais recente instalação vídeo do artista, intitulada “Imaginary Landscape #5”, que estará patente no piso inferior da galeria.Rui Valério é acima de tudo conhecido por adoptar o universo musical como tema predominante da sua obra. Esta abrange os campos da escultura, Vjing, pintura, instalação, vídeo, entre outros, remetendo para a condição pós-medium, conforme cunhada pela teórica e historiadora de arte Rosalind Krauss; uma condição que abandona a noção de arte que encontramos na ortodoxia de Clement Greenberg, nomeadamente a questão da autonomia, para a recolocar directamente no domínio da experiência.«LP» consiste num conjunto de telas inéditas e um vídeo que estará em projecção permanente até 6 de Outubro, data em que se prevê o encerramento da mostra dedicada ao jovem Rui Valério. Na galeria principal estarão expostas várias pinturas de grandes dimensões que remetem para diversas capas de disco. Na sua maioria, o artista escolheu “apropriar” integralmente ou parcialmente capas de gravações históricas, verdadeiros marcos do diálogo entre as artes visuais e a música, da sua intersecção e contaminação. As apropriações de Valério, imediatamente identificáveis aos olhos do aficionado minimalista, têm uma característica comum: diametralmente opostas à música comercial, estes discos captam momentos em que são questionados ou ultrapassados os parâmetros de som e de musicalidade; momentos em que a música não é necessariamente produzida mas sim utilizada; nos quais se faz ouvir o inaudível; nos quais é destacada a deliberada ausência de som, parecendo articular uma possível política do sonoro. Apesar das apropriações de Valério não serem do tipo audível, a exposição vibra e ressoa com a sugestão destas gravações. No espírito deste contexto minimalista, a produção de Valério procura remover sugestões de expressividade pessoal através de uma cuidada, quase mecânica reprodução das capas originais.Quanto ao vídeo “Imaginary Landscape #5”, Valério baseou o seu trabalho na pauta de John Cage para uma composição com o mesmo título, uma gravação de 1952 misturada aleatoriamente, com o intuito original a ser concretizado em fita magnética. “Imaginary Landscape #5” é representativa da estética compositiva de Cage – I-Ching ou o livro chinês das mutações – que o influenciou no emprego de elementos aleatórios. Valério reinterpreta a colagem de elementos levada a cabo por Cage, recorrendo a 42 discos da sua colecção pessoal, captando a pauta em DVPAL. Visualmente, o visitante toma contacto com as 42 capas, sobrepostas em simultâneo e de acordo com o volume de cada disco. Indefinidas, as imagens tornam-se difusas, espectrais; o som mais ou menos ensurdecedor. Rui Valério nasceu em 1969 em Lisboa, cidade onde vive e trabalha. Frequentou durante um ano a escola Ar.Co em Lisboa, e em 1993 teve a primeira exposição individual do seu trabalho. Concluiu em 1997 o curso de Pintura na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Valério é docente da Universidade de Évora. Entre as suas mais recentes exposições individuais contam-se “Historia de La Musica Rock”, CAMJAP, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2003 e “Historia de La Musica Rock”, Atelier Museu António Duarte, Caldas da Rainha, 2002. Recentemente participou nas exposições colectivas “Densidade Relativa”, CAMJAP, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2005; “A Noite na Terra”, Plataforma Revólver, Lisboa, 2004; “Entre Duas Luzes”, Assembleia da República, Lisboa, 2004; “30 Artists Under 40”, Stenerson Museum, Oslo, 2004.